A SANTA DO CAPITAL

Grupo: Cóccix Companhia Teatral.

Cidade/estado/país: Belo Horizonte/Minas Gerais/Brasil.

Gênero: Épico Dialético.

Linguagem: Ocupação.

Duração: 80 minutos.

Classificação etária: livre.

SINOPSE

A obra A Santa Joana dos Matadouros de Bertolt Brecht, se transfigura e o contexto presente traz à luz dos olhos A Santa do Capital. As cenas conduzidas por facetas/mascaramentos metamorfoseados nos elementos da carne, do aço, do fogo, da fome, da fé no Capital, que se sobrepuja a realidade dos brutalizados… Pobres fiéis da Santa sem alma. Quantas vozes dialéticas possíveis esta Santa pode ressaltar? Qual Santa nos alimenta o estômago? A serviço de quem ela propaga sua, nossa voz?

FICHA TÉCNICA

Direção: Lenine Martins.

Dramaturgia: Rogério Coelho.

Elenco: Sinara Teles, Jessé Duarte, Marcelo Aléssio, Rafael Bottaro,Rogério Gomes.

Estudo da conjuntura política: Júlia Pereira.

Direção Musical: Sérgio Andrade.

Workshop Sonoro: Diego Poça.

Cenário e Figurino: Marney Heitmann.

Artista Plástica: Fernanda Melo.

Produção executiva: Rogério Gomes e Sinara Teles.

Contrarregragem: Carol Mezanto, Marcus Carvalho e Vinícius Guedes.  

Iluminação: José Reis.

Designer gráfico: Fabrício Trindade e 5por3 Arquitetura

Fotografia e Vídeo: NAUM Audiovisual.

Realização: Cóccix Companhia Teatral.

PROCESSO DE CRIAÇÃO

Mesmo após 60 anos da morte do dramaturgo Bertolt Brecht, completados no ano de 2016, os textos do alemão, que revolucionou o teatro contemporâneo, continuam atuais, especialmente se observados sob o ponto de vista social, político e econômico. É por isso que a Companhia Cóccix Teatral, atuante desde 2006 na capital mineira com peças de cunho político, escolheu a aclamada obra do dramaturgo “A Santa Joana dos Matadouros” como fonte de inspiração desta montagem.

Além do texto, o roteiro de “A Santa do Capital” foi criado com base no contexto político contemporâneo mundial, especialmente no que diz respeito à luta de classes e a opressão vivida pelo “povo” por um sistema capitalista cada vez mais cruel. Que coopta discursos, fé, corpos e lutas… Este novo trabalho é oriundo de um processo coletivo, moldado pelos membros do grupo e pela equipe convidada que ao longo de nove meses, se dividiu entre leitura de textos, ocupações em espaços diversos da cidade de Belo Horizonte, debates teóricos, treinamentos com base em mascaramentos, ocupações, performance e experimentações cênicas. Sendo este um processo vivo, aguerrido, em que todos os criadores propuseram sua poética sem o peso dos moldes hierárquicos, o que possibilitou a este trabalho se metamorfosear e agregar pessoas, espaços e fazeres diversos.

Em todos os processos de criação, a Cóccix Companhia Teatral opta por uma dramaturgia própria, que dialogue diretamente com o contexto social e político contemporâneo. Tal escolha se dá, mediante o propósito de que o artista criador consiga imprimir através da obra, sua perspectiva, seus desejos, ânimos e conflitos… Diante deste contexto, acredita-se que atuar seja um verbo que está para além da cena, para além de aplausos e prêmios… Atuar é agir em vida. É transfigurar-se de lutas… É existir e resistir em sentidos.